Capitulo 1
Zayn PDV
A lua cheia já brilhava bem alto no céu e o
costume formigueiro alastrou-se pelo meu corpo.
O Louis encontrava-se já longe de mim, para
que assim que a besta aparecesse nenhum de nós tentasse matar-se um ao outro.
Senti a coluna começar a contorcer-se e
partiu-se em duas, causando-me uma dor terrível.
- AAHH!- Gritei caindo no chão.
Senti a coluna alargar-se, voltando a
juntar-se o que causou pressão nos pulmões.
Cravei os dedos no chão e observei as garras
a nascerem .
- Ahh!- Voltei a gritar, mais saiu mais como
um rugido.
Então perdi-me dentro do lobisomem dentro de
mim.
Eu via tudo muito destorcido, a minha
consciência não estava completa, pequenos flashes da noite passada vinham a
minha mente, mas nem eles eram coerentes.
Eu movi-me, lentamente e os meus ossos
estalaram. Os músculos estavam contraídos de maneira dolorosa e eu estiquei-me
para que se soltassem.
Suspirei de alivio quando o meu corpo
relaxou, levantei-me devagar e fui vestir a roupa.
Passei a mão pelo cabelos e coloquei o
carapuço e os óculos de sol, caminhei ate ao carro. Esperei um pouco e logo
apareceu o Louis, com uma camisola escura e um boné com uns óculos pretos a
tapar-lhe todos os contornos marcantes do seu rosto.
- Vamos?- Perguntei cansado.
- Sim, senhor Malik. - Respondeu sorrindo.
Revirei os olhos só mesmo ele para estar com
uma boa disposição, depois da noite passada.
Entramos no carro e eu conduzi para casa, memórias
da besta, ainda vinham a minha mente mas eram demasiado turvas para que eu as
entenda.
Niall PDV
O sol nasceu e com ele vieram o Zayn e o
Louis. Observei-os a chegar e analisei o rosto abatido do Zayn. Aquilo
destruía-o, completamente.
Depois de eles terem subido para tomar banho
e dormir um pouco, eu fui ter com o Liam que estava na cozinha a volta de
frascos.
- Outra vez atras da cura?- Questionei.
- Sabes que não vou desistir.
Suspirei e encostei-me na parede de braços
cruzados.
- Vais contar-lhe?- questionei.
- Não sei, devo?
- Ele provavelmente já se lembrou.
O Liam parou de nas ervas e entregou-me um
copo com a massa misturada.
- Bebe.- Ordenou.
Peguei no copo e levei aos lábios e cheirei,
o cheiro das ervas atingiu-me e eu fiz uma careta e bebi tudo.
- Sentes-te mais forte.- Questionou o Liam.
- A minha garganta deixou de arder tanto.-
Respondi
- Ainda bem fico sempre com medo de errar em
alguma dose.
Eu ri-me.
- Em três anos nunca erraste, vais errar
agora?
- Senti o cheiro da minha segunda bebida
preferida.- Falou o Harry, aparecendo do nosso lado.
O Liam entregou-lhe um copo igual ao meu.
- Estão prontos. - Anunciou o Liam.
- Obrigado. - Falou com um sorriso com um
sorriso no rosto e bebeu a mistura toda.
Depois fez uma careta e sentou-se em cima da
pia.
- Então, ouvi-vos falar deles. - Ele apontou
para cima. - O que aconteceu?
- Nada. - Informei.
- Têm segredos comigo agora?- Questionou e
fez beicinho.
O Liam revirou os olhos e agarrou-lhe no
braço, provavelmente mostrando as imagens do dia de ontem…
- Entendi.- Sussurrou, apenas alto o
suficiente para que ouvisse-mos.- Já lhe contaste?
- Não.- Respondeu eu e o Liam em conjunto.
- Devias quando ele descobrir…
Paramos de conversar ao sentir o cheiro do
Zayn, a descer as escadas.
- Ele quem?- Questionou o Zayn, entrando na
cozinha, fez uma careta.- Cheira mal aqui dentro.
- Ninguém, não devias estar a dormir?- Falei
- Tenho fome.- Informou e foi fazer uma
sandes.- Então?
- Hum… lembraste de algo de ontem?
Ele suspirou e assentiu tristemente.
- Lembrei-me durante o banho, salvaste alguém
de mim, eu ia transforma-la não é?- Disse com dor nos olhos.
- Ei não te culpes.- Pedi.- Não aconteceu
nada, por isso não fiques a pensar nessas coisas
- O Niall tem razão.- Concordou o Harry.
O Zayn suspirou:
- Vou descansar um pouco.- Respondeu e
simplesmente saiu.
Suspirei.
- Já sabia que ele ia se sentir culpado.-
Disse a Liam.
- È normal o Zayn não gosta do que é.- Falou
o Harry.- E vai se culpar pela quase transformação da rapariga.
- Não é justo que ele pense assim, que sofra
por algo que não tem controlo.- Resmunguei.
- Nenhum de vós tem controlo total pelo que
é.- Realçou o Liam.
- Eles sofrem mais e o Zayn nem se fala.-
Disse- lhes e girei a pulseira do meu pulso.
O Harry detestou esse movimento.
- Não mexas muito nela.- Avisou.
- Eu sei que não posso tirar se não morro
queimado pelo sol.- Falei.
- Tudo bem. - Sorriu. - Vou até ao shopping
querem vir?
- Passo.- Eu e o Liam dissemos.
- Como quiserem.- Ele saltou da mesa e correu
para fora.
Zayn PDV
Subi as escadas devagar e silenciosamente não
queria acordar os Louis.
Entrei no meu quarto e fechei a porta do
mesmo tempo que tudo em redor de mim se transformava numa floresta.
O meu peito queimou ao sentir o cheiro a
carne humana. A palavra “refeição” rondou a minha mente, e eu quis vomitar.
Caminhei pela noite numa posição de predador
com cheiro de carne, juntamente com outro odor que não soube identificar,
ficava mais intenso.
Soltei o meu ar preso no meu peito e abri os
olhos. Estava no meu quarto humano, longe da possibilidade de magoar alguém.
Sentei-me no chão e pousei o rosto nos
joelhos, a minha cabeça parecia que ia explodir, era demasiada informação para
umas horas só.
Senti o meu corpo começar a tremer pelo
pequeno choro que se instalou sem a minha permissão, a dor de condenar alguém a
esta vida…
Respirei fundo e acalmei-me aos poucos,
afinal, não vale a pena chorar sobre leite derramado.
Graças ao Liam e ao Niall nada aconteceu. Não
magoei ninguém…
Levantei-me e arrastei-me até a cama, deixei
o corpo dorido cair na cama. Pousei a cabeça na almofada na esperança de
adormecer o que não aconteceu.
Girei de um lado para o outro e, finalmente,
consegui adormecer.
Acordei suado e com as mãos a tremer.
No dia seguinte.
Sonhei com olhos verdes, cabelos ruivos,
embora me esforçasse para me lembrar do seu rosto, não conseguia. Era algo
indefinido na minha mente nublada.
Levantei-me e fui tomar banho, na esperança
eu a água trouxesse clareza. Vesti uma camisola qualquer e umas calças de
ganga, calcei-me e sai do quarto.
- Zayn?- Parei ao ouvir a voz do Harry.
- Diz.- Falei e virei-me para ele.
- Hum… sabes da ruivinha? Aquela que tentaste
transformar?
Passei a mão pelos cabelos, nervoso.
- Que tem?
- Então ontem fui ao shopping e encontrei-a…
- Começou
Arregalei os olhos.
- O quê?! Onde?
- Acalma os teus nervos.- Mandou.- Como eu
estava a dizer, eu a encontrei e segui-a discretamente. - Eu ia interrompê-lo
para resmungar com ele. - Calado! Continuando… então eu seguia e ao chegarmos
ao estacionamento, a maluca tentou matar-me! - Disse indignado.
- Matar-te?- Levantei uma sobrancelha.- Só há
uma maneira de te matar.
- Sim! E a maluca atacou-me com uma estaca!
Digo-te ela não fazia falta ao mundo.
Passei pela mão pelos cabelos e suspirei.
- Agora é só mantermo-nos longe dela,
acalma-te.- Pedi
- Isso não vai ficar assim.- Avisou-me.- Vou
descobrir todos os segredos dela.
Depois e eu bufei, uma caçadora quem diria…
Devia ficar preocupado ou descansado?
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